Lançada nesta quinta, 14, a seção da Carta de
Conjuntura do Ipea mostra que vem ocorrendo uma melhora generalizada no
mercado de trabalho brasileiro.
A redução da taxa de desemprego, percebida de forma generalizada, só não
foi mais significativa pelo aumento expressivo da população
economicamente ativa (PEA), que, entre os jovens, apresentou variação
interanual de 4,3% no terceiro trimestre. “Tem mais gente
ocupada, o que é uma boa notícia. Mas, como muita gente que não estava
procurando emprego passou a procurar, isso tem impedido que a taxa de
desocupação caia mais rapidamente”, explica a pesquisadora do Ipea e uma
das autoras do estudo, Maria Andréia Lameiras.
Esse aumento da PEA é explicado pela sensação da população de melhora
do mercado de trabalho, o que faz com que as pessoas voltem a procurar
emprego. “As pessoas têm a sensação de que as oportunidades estão
melhores, de que há vagas. As que antes não procuravam,
por achar que não conseguiriam uma oportunidade, começaram a voltar à
ativa”, avalia Lameiras.
Outro resultado positivo para os mais jovens diz respeito às
remunerações. As estatísticas da Pnad Contínua revelam uma melhora
relativa dos salários recebidos pelos ocupados com idade entre 18 e 24 –
variação de 1,4% no terceiro trimestre do ano (revertendo
a queda de 0,6% observada no segundo trimestre). A maior taxa de
expansão salarial no trimestre ocorreu no grupo de ocupados com idade
entre 40 e 59 anos (2,2%).
A desagregação dos microdados por grau de instrução também revela uma
melhora disseminada da ocupação em todos os grupos, ainda que esta seja
mais significativa no segmento dos mais escolarizados (nível superior),
com avanço de 7,8%, na comparação com o terceiro
trimestre de 2016. A retomada do dinamismo do mercado de trabalho
deve-se, em grande parte, ao aquecimento do mercado informal, que
cresceu 6,9% no terceiro trimestre – frente ao mesmo período do ano
passado –, e dos chamados “conta própria” – que tiveram
alta de 4,8%.
A análise setorial mostra um desempenho positivo da ocupação nos setores
de comércio, serviços e indústria em 2017. A seção da Carta de
Conjuntura também reúne algumas perspectivas para 2018. O Grupo de
Conjuntura do Ipea espera uma continuidade da expansão
da ocupação e dos rendimentos no próximo ano, possibilitada pela
aceleração do ritmo de crescimento da atividade econômica.
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