Se
o capitalismo, ou melhor, as “economias de mercado”, têm sobrevivido às
“crises” profetizadas por Marx, assim como às “contradições culturais”
denunciadas por Daniel Bell, resta saber a que necessidade básica
correspondem.
E a liberdade,
definível como a “ausência de constrangimento”, é mais fundamental que a
justiça, pois que esta depende de uma impraticável avaliação de mérito.
Uma sociedade livre pode ser justa, enquanto uma sociedade não-livre
nunca é justa, pois nega ao individuo oportunidade de auto-realização.
Poucos
têm hoje a coragem libertária de Hayek e preferem assim outras
justificativas para o “ethos capitalista”, em face da crueldade do
mercado. Irving Kristol, por exemplo, lembra, sem endossá-las, três
explicações tradicionais:
-
A ética protestante, ou seja, o conceito weberiano de que o sucesso
econômico se justifica em função do exercício de virtudes pessoais, como
a inteligência, a sobriedade, a ambição honesta. (Esqueçamos, por
inoportuno discuti-las, as teorias antiweberianas de que o capitalismo
comercial nasceu nas cidades italianas, e a organização do trabalho
horário nos mosteiros medievais, antecedendo assim a ética calvinista).
Para quem acha que o direito a liberdade é pouco, leia a biografia de Josef Stalin.
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